sexta-feira, 11 de julho de 2008

Solteiro

Quando pequeno tinha medo da noite. Moleque, tinha certo asco de pés. Hoje, a noite é uma grande amiga e os pés femininos uma surpresa bem vinda. Com o tempo e as experiências que vivi durante ele, mudei muito. Um ano atrás, ouvia de amigos que imaginar o João solteiro era difícil. Hoje, ninguém me vê namorando tão já. Nem eu espero por isso.

Mês passado fui à Sorocaba para almoçar com uma nova amiga, e ouvi dela que não namorarei tão cedo. Que via nos meus olhos a alegria de ser solteiro. Tenho ouvido o mesmo de muitos e muitas. É verdade. Solteirice é um estado. Talvez, um estado de amor. Um amor bonito e sem egoísmo, pois pode ser dividido entre muitas pessoas.

Não troco a vida que descobri se não for por alguém que consiga me fazer mais feliz que estou hoje, só. Não tenho hora para as coisas, não tenho obrigações por telefonemas, não me preocupo em procurar bons programas para o fim de semana, não se sinto desconfortável em passar uma noite de sexta-feira em casa assistindo a algum filme na televisão.

Ao mesmo tempo, estar solteiro me apresenta pessoas deliciosas. Cabeças inteligentes, sorrisos novos e olhares que ainda não conheço. Neste período voltei a freqüentar shows, aprendi a dançar - melhor: balançar o corpo; Descobri novos estilos literários e companhias que não são lugar comum. Ou seja: a vida de solteiro é deliciosa, e nem de longe é solitária.

Mas ela nos prega peças. Uma hora, sem mais nem menos, alguém pode nos tirar deste estado. Enquanto isso não acontece, a dica é ser muito feliz aproveitando a vida de solteiro. Quando esta fase acabar, a dica é entender que namorar é maravilhoso, mas apenas se abrir mão da vida de solteiro.

Fecho esta post com um pedaço de uma música do Roupa Nova. A escolhi pois foi um duplo presente. No meu aniversário uma amiga me levou ao show. Semana passada, durante um show no bar que canta, outra amiga dedicou um pedaço dela a mim. Qual pedaço? O que dedico a todos os colegas de solteirice: “Meu coração é novo e corre o risco de encontrar alguém que saiba mais de mim. Que diga ‘agora sim’. Que voe bem mais alto sem medo de errar”. Pois é. Que não se erre – solteiro ou não.

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