sábado, 5 de julho de 2008

Palavras, palavras e... Palavras

Acredito que os verdadeiros alquimistas são os que transformam tinta, quando em contato com o papel, ouro. Sou um apaixonado pelas palavras. Podem estar em música, poesias, contos, livros ou bulas de remédio. Desde que combinadas, me levem a ficar sem palavras.

Com o Paulo Autran, entendi que textos, quando expressos com emoção na voz, se tornam ainda mais ricos. Em sala de aula, propus que meus alunos declamassem poemas ou letras de música. Fiquei bobo ou perceber que não se sentiram mal com a idéia. Declamar bons textos, além de nos trazer bagagem, nos torna ainda mais humanos. Humanos, pois o contato com as palavras nos faz pensar e sentir.

Junto a uma amiga, hoje tive a oportunidade de passear por alguns textos que me são caros – e ela não sabe o quanto sou grato por isso. Vinícius de Moraes, Diogo Mainardi e João Riva. Os meus, confesso, foram lembrados por serem meus. Não tem a genialidade dos demais, nem a pretensão de ser. Querem apenas ser texto. Mesmo que apenas texto.

As palavras, quando em mãos dadas, me fascinam. É uma cena de novela, uma página de um livro, uma boa frase solta ao vento... Mario Lago, segundo um amigo, era o gênio das grandes frases soltas ao vento. Marilia Gabriela, a meu ver, a dona de uma das mais lindas cartas de amor (enviada ao então namorado, o escritor Mario Prata).

Para todos, as palavras tem a função de organizar, identificar e comunicar. Para muitos, tem também o dom da magia. Para alguns, também cheiro e cor. Para mim, também o silêncio de quando ficamos completamente mudos. Sem palavras.

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