quarta-feira, 30 de julho de 2008

72 horas por dia

Realmente acreditava que saudade era algo que serve apenas para fazer mal, para chatear. Como não aceito nada nem ninguém que possa me fazer mal, optei por não ter mais saudade. Hoje iria escrever sobre cabeças, mas digito sentimentos. A saudade agora bateu forte e de maneira inusitada.

Estava saindo para tomar café quando, fuçando a máquina, encontrei fotos de meses atrás. Vi foto de quem pensei que teria saudade, mas não tive. Tive sim, e muita, saudade de quem não esperava ter. Me surpreendi positivamente. Minha barba não estava lá. Os cabelos, bem curtos. O sorriso de menino feliz. Foto de tão pouco tempo, e eu era outra pessoa. Ontem, conversando com uma amiga especial, disse que venho envelhecendo 72 horas por dia.

Ao meu lado, nas fotos, pessoas que certamente não importam em ter seus nomes citados. Rafael, KK e Marmota. Caramba! Era a despedida dos dois últimos - estavam deixando o Brasil. Não sinto falta, exatamente, deles. Sinto falta daquele dia. Depois de anos sem estarmos juntos, conseguimos nos ver: os quatro juntos. Depois daquele dia, não mais. Cada um em um canto. Saudade...

Gosto do modo de como a vida funciona. As pessoas bacanas estão sempre presentes, mesmo que apenas em pensamentos e lembranças. É como se não tivessem ido, é como se a roda que faz o mundo girar estivesse a nosso favor. É como se, de alguma forma, os pensamentos bons se encontrassem.

Cada dia tenho mais certeza: ser feliz pode ser bastante simples. Basta tirar os maus pensamentos, os maus sentimentos e as às más pessoas de perto. Ao mesmo tempo, trazer para junto apenas o que lhe faz bem, conforta e sorri. Mesmo que como saudade. Saudade porreta de boa. Saudade internacional.

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